Natal e Copa do Mundo são apostas para itens licenciados

Por Flavia Milhasse

Enquanto alguns segmentos do varejo se preocupam com os resultados das vendas este ano, o setor de licenciados mostra-se otimista, já que o Natal e a Copa do Mundo devem impulsionar segmento para acima de 15%. Entre as apostas, bolsas, mochilas, sapatos, produtos de higiene e pessoal e até alimentos, com foco no público infantil, possuem maior potencial de vendas e fazem com que os varejistas aumentem os ganhos, uma vez que esses itens são em média, 20% mais caros que os convencionais.

Na Sestini – empresa especializada em malas e mochilas – por exemplo, esses artigos têm maior procura no Dia das Crianças e no Natal, conforme afirmou ao DCI o diretor comercial Alexandre Benedek. “Temos uma grande demanda por esses produtos no Dia das Crianças. Mas é mais no Natal que eles têm sido procurados”, disse o executivo.

Benedek afirmou que de 75% a 80% dos artigos licenciados pela Sestini, são entregues nas lojas multimarcas entre setembro e dezembro. Outros 20% chegam no começo do ano, quando começa a procura de produtos para a volta às aulas. A explicação para esse fato é que as malas, mochilas, lancheiras e estojos das marcas Disney, Mattel, Copa do Mundo, entre outros, são considerados brinquedos pelas crianças e não artigos de primeira necessidade, como é uma mala de viajem para o consumidor adulto. “Esses itens mexem com o lúdico e o emocional desse público consumidor, por isso eles são mais procurados”, explicou Benedek.

O executivo explicou que, como quem tem o poder de decisão são os pais, esses produtos, além de estar atrelado aos personagens da Barbie e do Homem Aranha, por exemplo, eles devem ter qualidade. “Encantar a criança é fácil, mas como são os adultos que têm o poder de decisão, a questão qualidade versus preço conta muito.”

Na empresa que acaba de entrar para o setor de franchising ao inaugurar sua primeira loja no Golden Square Shopping, em São Bernardo do Campo, 90% das vendas de produtos infantis são licenciados e segundo o diretor, esse segmento tende a crescer. “Teremos a Copa do Mundo ano que vem e os produtos licenciados autorizados pela Federação Internacional de Futebol [Fifa] vão ter boa representatividade ao setor”, disse. A Globo Marcas é quem tem o direito exclusivo de nomear marcas parceiras no País, a Sestini é uma delas. A loja virtual que comercializa os produtos da Copa é administrada pela Cia Global do Varejo (B2W). Estima-se que cerca de 150 lojas sejam abertas no País para a venda dos produtos licenciados do evento esportivo e a administração ficará por conta da Dufry.

O incremento de venda que os produtos licenciados da Copa do Mundo 2014 podem trazer ao varejo foi evidenciado pela gerente de projetos em consultoria da GS&MD Gouvêa de Souza Paula Warick. “O setor é concentrado mais no público infantil, com os eventos esportivos – Copa e Olimpíadas -, os jovens e adultos passam a ser potenciais consumidores”, explicou ele.

Paula explicou que a indústria de produtos licenciados cresce, em média, 15% ao ano e a tendência que haja um incremento para os próximos três anos. “A estimativa do ano passado é que o segmento de produtos licenciados tenha movimentado R$ 7,5 bilhões. Isso ainda é pouco perto do potencial que esse nicho de mercado tem no Brasil.” A especialista explicou que temos poucas indústrias que trabalham na produção de artigos licenciados, por isso eles são de 10% a 20% mais caros que os convencionais.

Mesmo com este entrave, Paula enfatizou em entrevista ao DCI que eles são de extrema importância e o varejista deve saber como trabalhar com este produto. “Os produtos licenciados são uma importante ferramenta de marketing aos varejistas. Eles devem ter cuidado ao expor esses artigos”, argumentou.

Na rede supermercadista Extra, pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA), os licenciados são maioria na categoria de brinquedos, conforme explicou o gerente comercial de Lazer do GPA, Marcio da Silva Leal. “Hoje a linha de brinquedos licenciados representa por volta de 10% a 15% do mix total”. Ainda segundo o especialista da rede, os artigos que levam personagens tem forte apelo de venda. “Os brinquedos licenciados tem um papel fundamental dentro da categoria, pois através da licença de uma marca ou personagens o produto ganha um forte apelo de venda, pegando “carona” com a força de divulgação feita através da mídia”.

Bom para o varejo, melhor para quem trabalha apenas com o licenciamento. O Cartoon Network, está há 15 anos no Brasil, e segundo a diretora de licenciamento da marca, o Brasil é mercado potencial. “O Brasil é hoje um dos principais mercados para o Cartoon Network e segue como prioridade para investimentos, justamente porque o mercado de licenciamento no País vem crescendo a cada ano.”

Ainda segundo a executiva, o Cartoon tem 2.500 produtos disponíveis no varejo. “Temos presença em 11 categorias, de brinquedos a artigos esportivos. As com maior volume são roupas, brinquedos e artigos escolares.”

Fonte: DCI – Comércio – 24/10/2013.

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