Internacional – Falta diversidade e representatividade nas séries de animação infantil, aponta pesquisa

Da ausência de meninas com sobrepeso a zero de neurodiversidade, animação infantil canadense pode se sair melhor, de acordo com novos dados da Universidade Ryerson

Crédito: Reprodução.

Ainda falta diversidade e representação nas séries de animação infantis que vão ao ar no Canadá, de acordo com uma nova pesquisa do Children’s Media Lab da Universidade Ryerson, de Toronto.

Os dados vêm de um estudo com mais de 120 personagens principais em 27 programas, todos produzidos/ co-produzidos e exibidos no Canadá, visando crianças da pré-escola até os 12 anos.

A pesquisa revelou que a maioria dos personagens animados, tanto humanos quanto não humanos, eram do sexo masculino (63%). E há um claro desequilíbrio entre os personagens não humanos, com 70% se apresentando como homens. Para comparação, os personagens humanos eram 57% do sexo masculino.

Há uma pressão, há tempos, para que as crianças se sintam representadas nas telas, mostrando a diversidade.

O estudo afirma que também é importante ter uma representação igualitária de gênero, que deve se estender a animais e monstros animados porque as crianças se identificam com personagens antropomórficos.

A animação canadense está se saindo um pouco melhor com a diversidade racial do que no passado. Entre os personagens humanos, 51% nos programas estudados eram brancos e 49% eram pessoas de cor. Dividindo por sexo, mais pessoas de cor eram homens (51%) do que mulheres (46%).

Os personagens brancos compunham a maior parte dos que eram mostrados na tela, seguidos por personagens negros (14%), hispânicos / latinos (11%) e asiáticos (11%). Personagens indígenas (6%), sul-asiáticos (5%) e do Oriente Médio (1%) foram os mais subrepresentados.

As crianças também não estão vendo muita variedade nas formas corporais no conteúdo animado que assistem. Nenhum personagem feminino no estudo foi retratado como obeso, e o personagem masculino não foi muito melhor com apenas 16%. Personagens com deficiência também estão ausentes da animação infantil do Canadá. Apenas 2% dos personagens principais do estudo tinham alguma deficiência e nenhum foi retratado como neurodiverso (uma variação no cérebro que afeta a sociabilidade e o aprendizado, como o autismo e o TDAH). Esses números não refletem a realidade de que 20% dos canadenses vivem com uma ou mais deficiências, de acordo com o relatório.

Esta última pesquisa do Children’s Media Lab é uma continuação do estudo “ Panorama da Televisão Infantil nos EUA e Canadá ”, lançado em 2019 através do Centro para Acadêmicos e Contadores de Histórias, em colaboração com a Rutgers University e o IZI. O estudo analisou centenas de programas que foram ao ar em emissoras no Canadá e nos EUA em 2017. Na ocasião foi divulgado que personagens masculinos – especialmente os não humanos – eram dominantes na TV infantil. No geral, apenas 38% dos personagens principais dos programas americanos eram mulheres. A maioria dos personagens também era branca (65% nos EUA, 74% no Canadá).

Fonte: https://kidscreen.com/

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